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As profundas da Amazônia

O título foi só para que você lia porque a gente não foi no estado Amazonas, não viu cobra ou migalhe, nenhuma trilha na selva .... Só subiu o rio amazonas ...

Vamos para Santarém, na Amazônia no estado do Pará. A viagem mesmo é uma aventura: três dias de barco, três dias seguindo a corrente. O rio Amazonas, um grande rio bem tranquilo? Para a gente seria mas: “cheio de vida!”. Dentro da floresta, os pês na aguá, casa de bonecas se escondem. Quando as pessoas saem da sua casa não tem terra firme para correr durante quilômetros mas tem só litros de aguá para pagaiar sem parar. Por isso o jogo favorito das crianças é esperar as ondas do barco para surfar com as canoas. O passeio do ferry dá muito clientes para o povo do rio. Então é o momento para acostar o barco e vender açaí e camarões. Muitas vezes, são as crianças que vêm para vender. Eles são mais adoráveis. Tem pessoas que nos falaram que as vezes as crianças se prostituem … A gente não teve tempo para preguntar se eles vão na escola, mas na margem do rio Amazonas a gente encontrou mais igrejas do que escolas.

Alguma vez, vimos serrações; mas foi só alguma vez. Alguma vez, não tinha mais arvores, mas capim com búfalos, o seus pês na aguá.

Fotos da esquerda para a direita : No barco subindo o Amazonas / Você encontrara a igreja ? / Casa no meio duma floresta de açai / competição de surf / Serração / Bufalos do rio Amazonas

Floresta vs. monocultura, sempre o mesmo problema.

Os búfalos foram bonitinhos, os paisagens também… Entanto, quando chegamos em Santarém, tinha essa grande estrutura no meio do paisagem, na costa da cidade. É a industria Cargill, o dono do fornecimento dos produtos agrários no mundo inteiro. Aqui camiões carregados de soja e milho estão chegando do Mato Grosso (80% [1]) derramando (2 milhões de toneladas por ano [1]) nos nóvios de carga indo por os Estados Unidos, a Europa e a China. Aqui as pessoas lamentam a praia deles perdida pela construção dessa industria. Nos choramos o desmatamento da Amazônia uma vez mas, vítima das multinacionais se enriquecendo criando a fome no mundo (para saber mas sobre a especulação dos alimentos [2] ).

Ao mesmo tempo que a multinacional tivesse uma isenção fiscal para construir o porto de Santarém, Cargill e outras empresas construíram novos terminais de exportação, acima no rio, na cidade de Itaituba. Isso para reduzir de alguns quilômetros o trajeto dos camiões, isso para economizar alguns dollares sobre a tonelada do soja. Todo isso para ganhar alguns Dollar, todo isso para diminuir o preço do hamburger nos fast-food da planeta.

Mapa proveniente do jornal frances Mediapart [3]

Santarém, uma cidade abraçada por dois rios : o Tapajós e o Amazonas. Um marrom, o outro azul.

Santarém, não tão longe das monoculturas de soja e de cacau, muito perto das reservas extrativistas [4] e dos parques nacionais.

Nos escolhemos o nosso lado. Vamos visitar o Harold, engenheiro ecologista alemão, que trabalha na CEAPAC, um Centro de Apoio de Projetos Comunitários. É uma pequenina ONG compõe de 8 pessoais que acompanha 300 famílias que vivem na Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns ou seja uma RESEX. A ONG apóia as comunidades à desenvolver uma agricultura agroecológica e se organizar coletivamente para melhorar as condições de vida de cada um.


A RESEX é uma dos maciços verdes mais preservados do Pará, estado que acumula a maior área de desmatamento da Amazônia legal, de 1988 a 2016. Composta de 74 comunidades (com 3076 famílias [5]), a reserva concilia geração de renda para os moradores com a conservação da Floresta as com alguns problemas: extração de madeira e fogo. A renda das populações vem do artesanato local, da produção da farinha e da exploração dos recursos natural como a pesca, a borracha, o açaí e a castanha. A reserva foi criada em 1998 por demanda das comunidades mas também com muitas lutas. O objetivo na época era proteger o território dos ribeirinhos do avanço das madeireiras que atuam no local.

Mesmo se o governo desenvolveu alguns infraestruturas, todas as comunidades não tem aceso no ensino médio e menos no fundamental, não tem eletricidade e aguá corrente. As comunidades são organizadas em cerca de 50 associações locais – abarcadas por um associação-mãe, chamada Tapajoara – que participam do conselho gestor da Resex. Sem serviços básicos de qualidade, as comunidades se organizam para cuidar dos locais. É o famoso puxirum, que significa mobilização. Um dia por semana, os comunitários se reúnem para limpar ruas, plantar árvores e fazer atividades. Nesse dia, geralmente não se cobra e não se paga, é através das associações que as pessoas podem ter um apoio técnico ....

Fotos da esquerda para a direita: Loja na rua de Santarém / A famosa machina devoradora da floresta / Um banco publico qui dinheiro para um projeto de "desenvolvimento sustentável": as infraestruturas do Cargill ... / Moradores da reserva Tapajo Arapiuns /

Vestígios da colecta da borracha / Pescadores

Indo por a diversificação Apenas o tempo de se acostumar à terra firmá que a gente saiu para pegar um outro barco, direção Nova Sociedade, uns das comunidades da RESAX. Ninguém está esperando nós, a gente chegou numa praia, sozinhas com nossas mochilas. Mas não escolhemos essa comunidade por nada, dois técnicos da CEAPAC trabalham lá. Durante dois dias, eles vão ensinar às 20 famílias construir um viveiro, e preparar mudas para iniciar um sistema agroflorestal (SAF). Somos no inicio mesmo dum SAF, na origem da diversificação.

Fotos da esquerda para a direita : nossa chegada na terra desconhecida / Os técnicos da CEAPC e os participantes do projeto "SAF" / Sementes do urucum prontas para iniciar um SAF


Aqui, tem mata no tudo lado, excepto na roça. Porque aqui se prática a "roça com fogo". O fogo, é uma tradição que se transmite de geração em geração. Sempre foi assim, as rotações são curtas demais, a floresta não é bastante grande, então precisa aprender fazer de uma outra maneira. Quando a gente chegou, era uma surpresa de ver que as principais culturais foram a mandioca. Porque não associar a mandioca com o feijão e o milho ? Eles tem uma terra bem produtiva mas eles perseveram fazer 4 horas de barco para levar a comida necessária nas casa deles. Existem famílias que criam algumas galinhas, outros pescam, caçam, fazem extrativismo mas poderia ser ainda mais produtivo.

Felizmente, 20 famílias sobre as 32 da comunidade decidiram de mudar as suas práticas agrícolas. É à través da associação deles que conseguiram criar parceiros com a CEAPAC. Parar o fogo, para iniciar os SAFs e a diversidade. A CEAPAC leva conhecimentos (alguns nunca fizeram mudas) e o material : semente de acerola, açaï, urucum, bananeira, maracujá, etc. Tinha especies que os agricultores nunca viram. Pela construção, é com o material local ou seja a madeira da floresta, a terra preta da palmeira najá e as mãos de cada um. Os técnicos compraram o filo e a tela por o teto do viveiro e também os saquinhos por as mudas. Foram instalados dois viveiros no lote de duas famílias, uma atividade para aprender melhor. Os outros levam com eles o conhecimento e o material para criar um viveiro na casa deles. Um viveiro por cada um, não será um viveiro comum, demais aventurosos. Não sabemos quem vai continuar com o projeto. Cada um iniciará o seu SAF com as mudas que ele tiver escolhida e preparada seguindo o curso que receberão.


Esse projeto, a CEAPAC pode financiar-o porque os técnicos são mandados pela própria INCRA para cuidar de um outro projeto em Nova Sociedade e numas outras comunidades da RESEX : plantação de pimenta sem queimar. A ONG usa esses recursos para desenvolver e acompanhar os agricultores. Para que os projetos funcionam bem, precisa juntar investimento e acompanhamento técnico. Mas é raro de encontrar os dois ao mesmo tempo.

Fotos da esquerda para a direita: Roça com fogo / Instalação do viveiro ao lado duma roça de mandioca / Cada um tem a sua parábola para olhar a tele durante a noite, o único momento do dia onde tem o genereador para fornecer a eletricidade / O projeto pimento sem fogo

Esses projetos são muito importante por as comunidades. Se torna muito importante de diversificar as rendas, por causa do preço do mandioc que não é muito elevado, a sua cultura precisa muito mão de obra e o clima é cada mas inseguro. Por entanto, por alguns comunidades a cidade fica longe para vender a produção deles e por o momento as populações não tem como conservar as polpas de frutas porque não tem energia corrente...

Nossa família durante nosso passeio, o Eraldo e a Claudia, dois defensores da educação ... e la presidente da associação da comunidade


Proteger, educar, todos unidos para melhorar as condições de vida das populações rurais.


Não é um segredo por ninguém. Precisamos parar de desmatar a floresta amazônica. Acontece muitas vezes de esquecer que a vida de alguns povos dependem dela, diretamente. Seringueiros, índios, muitos povos dessa floresta maravilhosa. A mata amazônica é uma reserva enorme, ela constitui um desafio socio-ambiental por o Brasil porque 63% da sua área fica nesse pais.

As RESEX são um exemplo de áreas criadas para conciliar a proteção dos recursos da mata e ao mesmo tempo cuidar dos homens. É o ICMBio, Instituto Chico Mendes (o nome vem do homenagem ao defendedor dos seringueiros) um Instituto de Conservação da Biodiversidade que tem o papel de administrar e manejar esses espaços. O instituto cuida também dos espaços naturais do Brasil para preservar a biodiversidade do país. Então trabalha com as ONG, como a CEAPAC, as associações das comunidades para informá las sobre os seus direitos, os centros de pesquisa e as universidades.

Parece fácil de manejar, administrar, e informar mas sem educação, sem sensibilização, sempre terá desmatamento, os recursos naturais serão explorados e mal usados. Os acompanhamentos técnicos são um meio de mostrar aos povos como morar de maneira sustentável com a florestal. Não podemos esperar que as pessoas protejam os recursos se ao mesmo tempo eles morram de fome. Não podemos esperar das pessoas ter uma consciência ambiental se eles só sobrevivem. Na reserva extrativista de Tapajos Arapiuns, 90% do território é mata. Os organismos que nos encontramos (ICMBio e CEAPAC) trabalham em conjunto para mostrar que é possível de viver e proteger a mata ao mesmo tempo, mostrar que existe uma alternativa entre a visão de mata primar e à visão de recursos à explorar. Tem um corpus de pesquisadores que mostraram que uma área ocupada (seja por os quilombos, Índios ou outros) tem maiores resultados contra o desmatamento que as reservas naturais protegidas e inabitadas.


Uma maneira de viver sustentável num espaço natural protegido é de fazer agroecologia. A agroecologia, cultivar de maneira respeitosa, viver de maneira respeitosa, é o que a Casa Familiar Rural de Santarém tenta de ensinar.

Fomos conversar com a coordenadora da CFR de Santarém para tentar entender melhor o papel da CFR. Elas são escolas que funcionam em alternância : uma semana de curso, três semanas no campo, para formar jovens do campo. A CFR ensina a valorizar e desenvolver a região deles de um jeito econômico e social. Na CFR de Santarém, as pessoas aprendem à cultivar sem veneno, se apropriam os saberes ancestrais e combate o agronegócio. Parece muito como o MST, as CFR do Pará são ligadas aos movimentos sociais : MST, sindicatos. Os jovens aprendem uma outra visão do mundo, menos capitalistas e mais social. Esse tipo de educação o governo parece não gostar muito, essas escolas recebem poucos recursos do governo e os professores são voluntários...


Uma última palavra falada pelo Ingenior Cleiton da ICMBIO que resume bem a situação :

“Cada um tem que fazer a sua parte”.


[1] http://www.cargill.com.br/pt/produtos-servicos/servicos-portuarios/santarem/index.jsp

[2] https://www.bastamag.net/Jean-Ziegler-Les-speculateurs

[3] Vem do artigo do jornal Médiapart o 26 de julho 2017 por o Thomas Cantaloube, "Soylândia, o desequilibro ambiental" na seria AMAZÔNIA, A REALIDADE ATRAS DO MITO (4/5)

[4] As Reservas Extrativistas (RESEX) são espaços territoriais protegido cujo objetivo é a proteção dos meios de vida e a cultura de populações tradicionais, bem como assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da área. O sustento destas populações se baseia no extrativismo e, de modo complementar, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte. A premera reserva extrativista foi criada depois a morte do Chico Mendes, assassinato porque ele lutava para os direitos dos seringueiros. Hoje tem 90 RESEX em todo no Brasil.

[5] https://uc.socioambiental.org/uc/6577


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