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Ao encontro dos antigos sem-terra de Porto Seguro


A gente tinha a sorte de passar alguns dias com agricultores sem terra num assentamento que se chama Porto Seguro. É o único e o primeiro assentamento PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) criado entre os 500 assentamentos do Sueste do Pará. Deve a sua importância aos homens e mulheres que lutaram 14 anos por essa terra ...


A família numerosa da Sonia, mãe, avó , bisavó que tem só 50 anos


Tudo começou em 2004, depois de se cadastrar ao INCRA, 80 famílias ocuparam as terras de um fazendeiro que tinha miliares de hectares. Como à grande maioria dos fazendeiros não tinha os documentos e o titulo de propriedade, uma oportunidade por os sem terras.




Desde lá, começou a luta, as famílias instalaram um acampamento onde eles ficaram 3 anos lutando para ter um assentamento criado pelo INCRA.

Eles conheceram 3 despejos da policia pagado pelo fazendeiro. A policia chegou de Belem expulsou os campadores, destruindo o acampamento, e queimando as culturas quase prontas para colher. Um momento ideal para destruir moralmente o povo que dependia da safra para sobreviver.


O acampamento depois o despejo


Apesar desse sofrimento, as famílias voltaram depois de cada despejo para lutar de novo por a terra.

Muitos desistiram e quatros morreram, morte de exaustão, de estresse ou de depressão. Em 2007, cansados de esperar a INCRA, eles decidiram de se dividir os lotes da terra. Cada um tirou o seu lote de seis alqueires, instalou uma barraca melhor dos acampamento e começa abrir a capoeira para cultivar as plantas anuais : mandioca, milho e feijão.




Ocupando essas terras ilegalmente, eles arriscam o despejo em qualquer momento. Principalmente porque a INCRA não quer comprar terras para fazer um assentamento mas para criar uma reserva de proteção da mata.


Como conseguir planejar no futuro com essa insegurança pela terra ?


Alguns, confiante, decidiram todo mesmo plantar árvores, investindo no longo prazo, vai pagar! É o caso do Geraldo, decidiu botar centenas de cupuaçu das quais a polpa é extraído para fazer sucos, um suco muito apreciado pelo trio Pará Agroflorestal! Depois de seis ano, obteve uma renda suficiente para adquirir um salário minimem ou seja $969 R. Hoje em dia, é o único do assentamento que pode tirar uma renda suficiente por ele e a sua esposa… Uma renda suficiente para investir na fabricação de um açude para criar peixe !




O vizinho dele, também plantou arvores desde o princípio, hoje nós achamos uma variedade grande de árvores lá: cacau, cupuaçu, limão, laranja, mogno... Foi a sua esposa, Sonia, que cuidou do lote depois que ele faleceu, ela é ajudada pelo seu filho e a sua cunhada e as 7 netas que ela cria como as suas próprias filhas dela. Esse sitio é conhecido pelo apelido da casa das 7 mulheres.


É em 2015 com o apoio dos movimentos sociais que apoiam eles desde o inicio : a CPT e os sindicatos que o INCRA abdica e compra as terras do fazendeiro, que consegui regularizar os títulos. Para as 37 famílias é uma verdadeira alegria !


A proximidade com a floresta e as iniciativas de alguns agricultores à plantar arvores, convenceram o INCRA à criar um assentamento PDS. Mas o que é realmente um PDS … ?



Projeto de Desenvolvimento Sustentável



A gente viu o que era um assentamento Extrativista, nos vamos falar do que é um PDS.

O PDS é de interesse social e ecológico, destinado às populações que baseia na suas sunstencias no extrativismo, na agricultura familiar e em outros atividade de baixo impacto ambiental. E o que significa « Sustentabilidade » ? É a implementação e a consolidação de atividades produtivas que permitam a reprodução das especies animais, regeneração completa das especies vegetais e o reflorestamento das áreas desmatadas e que possibilitem que a população local viva em condições de crescente qualidade de vida e dignidade. As atividades são florestais, extrativistas, artesanais e pesca. É normalmente proibido a utilização de defensivos e insumos agrícolas que não respeitam os princípios de produção agroecologia.



Tantas regras exigidas por tão poco apoio, felizmente Chiquinho : técnico em agroecologia na CPT, apoia eles nessa transição com uma ajuda técnica e moral. Ele é um « provocador », provoca nos agricultores a iniciativa de plantar arvores. Ele criou um grupo chamado de « Grupo tribu de juda » trazendo um apoio aos 20 membros, o objetivo seja de compartilhar mudas e conhecimentos e também de organizar intercâmbios em outros lotes mas avançados na implantação de sistemas agroflorestais.


Chiquinho aprendeu a fazer suco de cacao para Sonia







Uma associação agrupa os moradores do assentamento, ela tem o papel de comunicar com a INCRA, e de se organizar na comunidade. A presidente Lindava, esta indo de casa em casa para conhecer as necessidades e dificuldades de cada um, para leva-os depois na rua. Com relação aos serviços públicos, a comunidade precisou criar a sua própria estrada, escola e levar a energia « o gato » desde um assentamento vizinho. Normalmente isso é o papel da INCRA… Por alguns a energia chegou só o ano passado. Lindava foi a ultima à obter-a.


Lindava a Presidente da associação







A generosidade e a recepção de cada um, nos comoveram. Esse assentamento é principalmente mantido pelas mulheres, nos achamos que eram mulheres muito fortes, sensíveis, amigáveis, e lutadores por os filhos e netos delas. Uma boa lenção de vida...



“ E impossível de conseguir uma coisa sem se juntar” - Lindava





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