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Laisa e José, no caminho da autonomia

Vidas de coragens, vidas de luta, vidas para a vida

O fim de semana 20-21 de maio, participamos na 6eme Romaria, um evento comemorativo dos massacres cometidos contra a floresta, comemorativo da gente morte para defender a floresta.

José (Sé) e Laisa o meio da sua família Memorial da 6eme Romaria no lugar onde José Claudio e Mario do Esperito Santo são falecidos.



Viver para defender a floresta, viver da floresta, é o que experimentam José e Laisa, o casal que receberam nos durante esse fim de semana. Eles moram no assentamento Agroextrativista Prailata Piranheira. Há 400 famílias nesse assentamento perdido entre floresta e capines (a famosa erva que gostem os gados). Ele foi criado em 1997. Para chegar aqui tem que usar uma estrada amolgada durante 50 km desde a primeira cidade Nova Ipixuna. Durante o período da chuva, essa estrada está muitas vezes impraticável. A instalação da eletricidade aconteceu só em 2017. Desde dois meses a bomba da casa fica quebrada. Felizmente, perto da casa tem um açude para tirar água e tomar seu banho. Uma volta para a natureza ? Para nos que moramos na cidade na frança, a vida aqui nos parecemos muito difícil. A solução poderia ser ter todas as coisas no seu quintal?


No caminho para o banho


José, ele, veio porque ele sempre quis cultivar sua terra.

Laisa, ela, veio para ver sua irmã, Maria do Esperito Santo. Ela ficou. Ela tinha encontrado aqui uma vida simple e saudável. Mas sobretudo, ela podia praticar sua paixão : ensinar (na escola do assentamento). Infelizmente depois dois AVC, um dos quais faz perder o uso do seu braço, ela não pode mais ensinar. Mas a luta não pare para ela !



Depois a morte da sua irmã, Maria do Esperito Santo no ano 2011, ela decidiu retomar o trabalho da sua irmã. Maria tinha criado o grupo GTAE (Grupo das Trabalhadoras Artesanais Extrativistas) para lutar para a preservação da floresta. Esse grupo de mulheres aprendeu a usar a semente do andiroba para fazer oleio e outros produtos. O grupo tinha sido criado em 2007 para sensibilizar a utilidade da floresta.


Na floresta nativa crescem muitos arvores de andirobas. Arvore miraculoso, seu oleio permite a cicatrização, é um anti-cancerígeno e alivia o mau de garganta (testado e reprovado). Com o oleio, as mulheres confeccionam igualmente sabonetes, repelentes e creme hidratante. E se no causo não tem oleio, você pode usar a casca: um pouco na água é bom para mau de costa.


O andiroba ou arvore miraculo !


Com a morte da Maria, o grupo se acabou. Assim, por seu torno, Laisa reuniu 10 mulheres para trabalhar de novo sobre a valorização da andiroba. O trabalho é coletivo e o frutos da venda são compartilhados. Com mais pessoas, as vozes têm mais impacto !

Hoje fica o problema da certificação para exportar e isso é caro.


No centro, é lá o andiroba


Como extrair o oleio ?





Com esse projeto, elas querem mostrar que a gente pode ter uma renda da floresta.

Com esse projeto, chegamos até o extrativismo ….


O extrativismo, a ousadia de conviver com a floresta


Se o assentamento daqui se chama assentamento Agroextrativista é porque ele tem um estatuto bem special. As famílias daqui têm que proteger a floresta e não desmatar. Ao contrario, eles têm que reflorestar e viver da florestal de forma sustentável. Mas, só 10 famílias (as famílias do grupo de mulheres) tentam morar do extrativismo. As outras não têm mais floresta. Desapareceu para apascentar alguns gados …


Mas, como Claudio e Maria, Laisa e Zé querem mostrar que é ainda possível viver em harmonia com a floresta. Mostrar que pessoas podem produzir de forma lucrativa e respeitando à natureza no mesmo tempo. é isso o extrativismo, viver dignamente da floresta.

Um outro exemplo de uma espécie emblemática do extrativismo, tem a castanha. Sabia que ela cresce sobre um arvore majestoso podendo viver mais que 10 vidas de homem ?


Laisa decidiu igualmente provar com seu trabalho de ensinadora que o extrativismo não é uma utopia. Ela ensinou para seus alunos como utilizar de forma sustentável os produtos da floresta. Oficinas joias, costura, pastelaria, a biodiversidade da floresta é tão grande que só tem que usar sua imaginação …



Podem falar ainda da agroflorestal ?


Plantar especies para garantir a diversidade, para garantir sua vida.


Sabia ? [1] O Brasil é o primeiro exportador mundial de gados, antes da Índia. O que pode parecer engraçado porque a origina da nelore, a vaca brasileira, é o zebu que o Brasil comprou na Índia nos anos 1920. 85% das vacas brasileiras tem sangue da nelore enquanto na sua região de origem ela diminuiu muito e não é de boa qualidade.

Calmon Barreto (Museu da Araxa)


O objetivo do governo é o desenvolvimento da agropecuária e as grandes monoculturas.


Aqui, a agricultura é a agricultura familial. Contudo no Brasil a agricultura familial esta apoiada para o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). No entanto, o Pronaf dà dinheiro só para criar gados e não para criar floresta ...


Todo o que aconteceu aqui é graça ao coragem do casal. Mesmo se no inicio eles compraram gados para financiar os projetos futuros deles.

Desde 15 anos, José refloresta seu lote de 10 alqueires. Ele plantou espécies uma a uma, andiroba, castanha do Pará , mogno, cupuaçu (suco, mousse, creme, todo que sai desse fruto é um delis), cajá, acaí, etc., com a certeza que é bom para o futuro e para o meio ambiental. Assim, ele plantou 2 ha de floresta. Mesmo se, a biodiversidade e preservar a floresta é muito importante para José, tem que alimentar sua família também. Infelizmente o arroz não cresce muito bem na floresta ...



Como a maioridade dos agricultores do norte do Brasil ele botou o fogo para preparar sua primeira roça. Uma roça com milho (ele selecionou mas de 10 variedades), mandioca e feijão. O inevitável trio ! Hoje para fertilizar suas culturas, ele utiliza uma leguminosa, a puerária, que cresce muito rapidamente. Ele tem igualmente uma roça de arroz, alguns legumes e muitas galinhas. Todo pronto para o almoço ! Ele diversificou seu sistemo com pimento de reino com que ele espera tirar uma boa renda. Tem um consorcio de pimento do reino com abacaxi e bananeiras para a sombra.

José não se limita a plantar arvores na floresta. Sua casa é cercada por cacau, café e mamão. Ele aproveitou também da sombra da mandioca para plantar mudas de arvores. A muda que tem mais importância para ele é o coipaba. Em efeito, o oleio que ele vai extrair do tronco é muito requisito pelos laboriosos farmacêuticos. José entendeu que o casal pode tirar uma renda dos arvores mas também que os arvores vão melhorar seu solo e a gestão da água do seu sistema.


Fica o problema da comercialização de todos esses produtos. Porque aqui tem nenhuma cooperativa, so pequenos produtores isolados que produzem demasiado pouco para interessar um comprador ...


Para o Chiquinho, técnico agricolar da CPT, podemos falar aqui dum sistema agroflorestal porque para ele a agroflorestal é um consorcio entre um arvore nativo e o menos duas outras variedades (perene ou anual).




« Convivendo com a floresta de forma sustentável, ecologicamente sustentável e viável e juste, né » Maria do Esperito Santo




[1] http://geoconfluences.ens-lyon.fr/doc/etpays/Bresil/BresilScient3.htm






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